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            13 Descrição arquivística resultados para Brasil

            BR SC TJSC TRRJ-58055 · Processo · 1848
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Traslado de queixa e recurso realizado na vila de São José, na época sob a comarca do sul da província de Santa Catarina.

            Partes do processo:
            Francisco José Rodrigues (recorrente, queixoso e autor);
            Mathildes Anna Joaquina (recorrente, queixosa e autora);
            Francisco Marfim Boenavia (recorrido, queixado e réu).

            Resumo:
            Esse processo é composto por traslados enviados para a cidade do Desterro, contendo autos sumários de queixa e recurso. Nessas ações, o italiano Francisco Marfim Boenavia é denunciado pelo crime de homicídio, em que é agredido José Rodrigues, homem designado como preto forro e pai dos queixosos. De acordo com os autores, o recorrido havia espancado e sufocado a vítima com as mãos e o joelho, ocasionando em seu falecimento um dia após esse acontecimento.

            Em auto de corpo de delito, é revelado que José Rodrigues tinha feridas na região abdominal e no exôfago, causadas por instrumento contundente. Um interrogatório foi realizado com o réu, que afirmou estar trabalhando em sua roça no momento do crime; após isso, ele alega que a queixa seria falsa. A ação também contou com testemunhas e, dentre elas, são informantes dois homens escravizados pelo tenente-coronel José Antonio Guerra: João, designado como preto, e Bento, descrito como pardo.

            Ao decorrer dos depoimentos, algumas expressões religiosas mesclam-se ao texto, como “no dia vinte e oito, véspera de São Miguel […]”. As testemunhas, que ficaram cientes do ocorrido por ouvir ou presenciar, corroboram com a versão apresentada pelos queixosos, adicionando o fato da arma utilizada para as contusões ser um pedaço de madeira; além disso, é afirmado que o réu tentou esfaquear a vítima em seguida do sufocamento, mas foi impedido.

            Os depoimentos foram dados como improcedentes, pelos fatos das testemunhas possuírem relações próximas com os queixosos e de algumas afirmações serem contraditórias, de acordo com o juiz; ele também reitera que “todas as testemunhas e informantes são pardos e pretos”, como argumento para a sentença. Com isso, os autores do processo abrem recurso por meio de uma apelação, anexada na ação, para serem contrários à absolvição e não pronúncia do réu.

            O advogado dos queixosos critica o pretexto da sentença, que duvida da veracidade dos fatos pelas testemunhas serem pretas e pardas, acrescentando que esse seria um país constitucional, onde todos são iguais perante a lei. Além disso, o representante faz a seguinte pergunta: “[...] absolvendo-o por que não quis condenar a um branco por causa de um negro?”. Mesmo com pedido de recurso, os agentes da justiça reforçam as contradições presentes nas testemunhas, afirmando que elas seriam “inimigas” do recorrido, e que estavam saciando vingança contra “um pai de família”.

            Após o traslado do processo ser distribuído para a cidade do Desterro, outro juiz considera o recurso dos queixosos válido. Com isso, foi requerido que seja passado mandado de prisão ao réu e que essa ação seja integrada ao processo original, em que o queixado também foi condenado ao pagamento das custas.

            Localidades relevantes:
            Barreiros, São José;
            comarca do sul;
            cidade de Génova, Itália;
            cidade do Desterro (atual município de Florianópolis, Santa Catarina);
            vila de São José (atual município de São José, Santa Catarina).

            Atuaram no processo:
            advogado Francisco Honorato Cidade;
            árbitro Francisco da Silva Ramos;
            árbitro Manoel Vallido de Sant’Ana;
            cirurgião Argelino Barbosa da Silva;
            delegado de polícia e juiz municipal João Francisco de Souza;
            delegado de polícia suplente e juiz municipal Domingos José da Costa Sobrinho;
            distribuidor judicial interino Souza Medeiros;
            escrivão Francisco de Paula Lacé;
            escrivão Joaquim Francisco de Joaquim e Passos;
            juiz de direito Severo Amorim do Valle;
            oficial de justiça Domingos José da Silva;
            perito Francisco Xavier de Oliveira Camara;
            signatário João de Araujo Boeno;
            signatário Joaquim Xavier Nunes Junior;
            signatário José Theodoro de Souza Lobo;
            signatário Justino José de Abreu;
            signatário Laurindo Antonio de Medeiros;
            signatário Manoel de Freitas Sampaio.

            Compõem o processo:
            traslado de auto de corpo de delito;
            traslado de auto de qualificação;
            traslado de autos de recurso;
            traslado de autos sumário de queixa;
            traslado de contas;
            traslado de distribuição;
            traslado de interrogatório;
            traslado de mandados de notificação;
            traslado de petições;
            traslado de réplica;
            traslado de sentenças;
            traslado de termo de apelação;
            traslado de termo de obrigação;
            traslado de termos de juramento;
            traslado de testemunhas.

            Variação de nome:
            Francisco Morfim Bonavia.

            Sumário crime de queixa de Severino Pereira dos Santos
            BR SC TJSC TRRJ-28988 · Processo · 1846 - 1850
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Sumário crime de queixa realizado na vila de Lages, na época sob a comarca do norte da província de Santa Catarina.

            Partes do processo:
            Severino Pereira dos Santos (queixoso);
            Antonio Rodrigues Lima (réu).

            Resumo:
            Severino Pereira dos Santos abre o processo para denunciar Antonio Rodrigues Lima, por tentativa de homicídio. O queixoso afirmou que o réu deu uma facada embaixo de seu peito, causando graves danos físicos, e requereu um corpo de delito, onde se confirmou o ferimento feito e a arma utilizada.

            O processo contou com testemunhas. Nos depoimentos, três pessoas escravizadas e uma pessoa indígena são mencionadas, pois estavam na cena do crime e presenciaram o ocorrido. É afirmado também que a violência ocorreu em Morro Grande, onde o queixoso trabalhava como carpinteiro, e se iniciou com insultos proferidos ao autor e às outras pessoas que ali estavam, seguido do réu o esfaqueando no terreno e fugindo. Todos os declarantes confirmaram a ação do crime, por ver ou ouvir falar.

            Os testemunhos foram dados como procedentes pelo juiz. Com isso, foi publicado um mandado para a captura do réu e seu nome foi colocado no rol dos culpados. Ele foi localizado em Tubarão, mas foi solto por fiança.

            Em contradição ao libelo acusatório realizado e durante interrogatório, o réu e promotor público representante pontuaram outras versões do ocorrido: ao chegar de viagem, foi convidado a entrar no local do acontecimento pela caseira da casa, Felisbina. Ele aproveitou a ocasião para tratar de um possível furto de bois que teria acontecido e, quando tocou no assunto, os homens na casa se alteraram. Quando o suplicante apareceu no ambiente, disse palavras ofensivas e perseguiu o suplicado pelo terreno o agarrando pelas costas, e o denunciado tendo como defesa pegou uma faca de cortar fumo e atingiu o autor.

            Durante o júri popular, foi decidido que por mais que o queixoso tenha sofrido graves danos físicos, a ação do réu foi em legítima defesa e objetivou evitar males maiores. A pena do suplicado, que antes era máxima, foi reelaborada juntamente com o pagamento de multa calculada pelos árbitros. Ao decorrer dos dias, o suplicado pagou o valor e cumpre a sentença. Com isso, o juiz ordenou que fosse dada baixa na culpa do réu e retirado o seu nome do rol dos culpados, e que também fosse publicado um alvará de soltura em seu favor.

            Atuaram no processo:
            árbitro e perito Claudiano de Oliveira Rosa;
            árbitro José Antonio Botelho;
            delegado Antonio Caetano Machado;
            delegado Joaquim e Antunes de Oliveira;
            escrivão e tabelião Mathias Gomes da Silva;
            escrivão Manoel Antonio de Azevedo;
            examinador Guilherme Ricken;
            examinador manoel Jose de Andrade Pereira;
            fiador Jorge Trueter;
            inspetor do quarteirão João da Silva Ribeiro;
            juiz de distrito Firmino Rodrigues Silva;
            juiz municipal e perito delegado Guilherme Ricken;
            juiz municipal e vereador Lourenço Dias Baptista;
            juiz municipal Matheus Jose de Souza;
            porteiro do tribunal Domingos Leite;
            presidente do tribunal Antonio Saturnino de Souza e Oliveira;
            procurador da câmara Antonio Benedicto dos Santos;
            procurador e signatário José da Silva Ribeiro;
            procurador Joaquim Manoel de Oliveira;
            promotor público Antonio Carlos de Carvalho;
            signatário Manoel Joze de Santa Anna.

            Localidades relevantes:
            comarca do norte;
            distrito de Costa da Serra;
            distrito de Tubarão (atual município de Tubarão, Santa Catarina);
            Morro Grande;
            vila de Lages (atual município de Lages, Santa Catarina).

            Compõem o processo:
            alvará de soltura;
            arbitramento;
            auto de qualificação;
            carta precatória;
            certidão de pagamento de fiança;
            convocação do júri;
            contas;
            cópia da convocação do júri;
            cópia do libelo crime acusatório;
            corpo de delito;
            correição;
            interrogatório;
            libelo crime acusatório;
            mandado de prisão;
            procuração;
            sentença;
            termo de comparecimento;
            termos de juramento;
            testemunhos.

            Variação de nome:
            Seberino Pereira dos Santos.

            Sumário crime de queixa de Felicidade Maria de Jesus
            BR SC TJSC TRRJ-19983 · Processo · 1846
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Autos de sumário crime de queixa realizado na vila de Lages, na época sob a comarca do norte da província de Santa Catarina.

            Partes do processo:
            Felicidade Maria de Jesus (autora);
            Jose Teixeira (réu).

            Resumo:
            Nestes autos, a autora Felicidade Maria de Jesus moveu um sumário crime de queixa contra o réu Jose Teixeira, seu genro, sob a afirmação de que ele havia cometido uma tentativa de homicídio contra ela.

            Em seu depoimento, Felicidade alegou que seu genro foi até sua casa com o maligno intento de tirar sua vida. O homem a espancou, deixando-a com contusões e ferimentos nos olhos e nas pernas, analisados posteriormente durante o feitio do corpo de delito. O processo contou com testemunhas, que afirmaram ter visto a suplicante caída no chão, após o réu agredi-la com um pedaço de madeira e pancadas, momento em que foi visto portando também uma faca em sua mão.

            As testemunhas foram dadas como procedentes e o réu foi condenado à prisão e livramento. Ao final do processo, a suplicante desiste da ação a pedido de sua filha, esposa de Jose. O juiz julgou por sentença a desistência, riscando o nome do réu do rol de culpados e escrevendo um termo de bem-viver. A suplicante foi condenada a pagar as custas do processo. Mais tarde, o processo foi visto em correição, em que se pediu a revalidação das folhas e seu pagamento para a coletoria.

            Localidades relevantes:
            Costa das Pelotinhas;
            vila de Lages (atual município de Lages, Santa Catarina).

            Compõem o processo:
            auto de corpo de delito;
            depoimento de testemunhas;
            intimação;
            petição;
            procuração;
            sentença;
            termo de desistência e perdão.

            Atuaram no processo:
            coletor Antonio Saturnino de Souza e Oliveira;
            escrivão Estacio Borges da Silva Mattos;
            escrivão Generoso Pereira dos Anjos;
            escrivão e tabelião Mathias Gomes da Silva;
            examinador e juiz municipal delegado Guilherme Ricken;
            examinador tenente Luiz Gonzaga de Moreira;
            juiz de paz subdelegado Joaquim Rodrigues de Oliveira e Costa;
            juiz corregedor Joaquim José Henriques;
            juiz municipal delegado Antonio Caetano Machado;
            juiz municipal José Nicolau Pereira dos Santos;
            oficial de justiça e signatário Joze Antonio Pinheiro;
            procurador e signatário Joaquim Manoel de Oliveira;
            signatário alferes Antonio Fellipe;
            signatário João Nickell;
            signatário Joaquim Dias de Moraes.

            Queixa de André Gois
            BR SC TJSC TRRJ-30889 · Processo · 1853
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Auto de queixa realizado na vila de Lages, na época sob a segunda comarca da província de Santa Catarina.

            Partes do processo:
            André Gois (queixoso);
            Jose Mariano (réu).

            Resumo:
            Neste processo, o autor Andre Gois moveu uma queixa contra o réu Jose Mariano, com uma acusação de furto.

            O queixoso afirmou que, em sua viagem para a capital da província, acompanhado por uma tropa de cargueiros, precisou de suas chaves para abrir uma canastra e tirar dinheiro para pagar sua passagem; porém não as encontrou em seu bolso. Ao chegar em casa, abriu o cofre à força e deu falta de uma meia repleta de patacões (moedas de 960 réis), percebendo então que algum dos cargueiros havia roubado sua chave e retirado seu dinheiro. Nesse momento, um patrício do suplicante afirma ter avistado o réu tomar distância das tropas para colher milho e que, quando voltou, estava com uma meia escondida.

            O processo contou com testemunhas, que afirmaram que o réu havia tentado esconder o objeto roubado com palhas de milho em seu redor, mas que avistaram as moedas quando os milhos caíram no chão. O réu foi preso na cadeia pública de Lages e, em interrogatório, negou todas as acusações. O suplicante, juntamente ao seu procurador, disse que como a queixa já havia se provado, estava satisfeito com os dias de prisão que o réu estava cumprindo. Com isso, o autor assinou o termo de desistência da queixa.

            Ao final do processo, o juiz julgou por sentença a desistência. A causa foi encerrada com solicitação do alvará de soltura a favor do réu, e o queixoso foi condenado a pagar as custas da ação.

            Localidades relevantes:
            Matto dos Índios;
            Rio de Canoas;
            cadeia pública da vila de Lages;
            vila de Lages (atual município de Lages, Santa Catarina).

            Compõem o processo:
            auto de qualificação;
            auto de testemunhas;
            contas;
            correição;
            interrogatório;
            petição;
            procuração;
            sentença;
            termo de desistência;
            termo de juramento ao queixoso.

            Atuaram no processo:
            delegado de polícia Lourenço Dias Baptista;
            escrivão de órfãos e tabelião Generoso Pereira dos Anjos Junior;
            juiz de direito Guilherme Ricken;
            procurador major Antonio Saturnino de Souza e Oliveira;
            promotor público Frederico Xavier de Souza;
            signatário Antonio da Silva Furtado;
            signatário Domingos Leite.

            Variação de nome:
            Jose de tal.

            Queixa crime de Salvador Ribeiro de Silva
            BR SC TJSC TRRJ-30882 · Processo · 1853
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Queixa crime realizada na vila de Lages, na época sob a segunda comarca da província de Santa Catarina.

            Partes do processo:
            Salvador Ribeiro de Silva (autor);
            Benedito de Andrade (réu);
            Domingos (réu);
            João (réu).

            Resumo:
            Neste processo, Salvador Ribeiro de Silva moveu uma queixa crime contra Benedito de Andrade e os escravizados de Barbara Leite Soares, de nomes Domingos e João, pelo furto de um boi. O autor alegou ter encontrado vestígios de carneada em seu terreno, que o conduziram até um paiol onde estavam localizados os réus.

            O processo contou com testemunhas, e algumas afirmaram ter visto o fato criminoso. Em um dos depoimentos, foi dito que os réus tentaram esconder os pedaços da carneada em uma pilha de milho que estava no paiol.

            Os testemunhos foram dados como verdadeiros pelo oficial de justiça, e um mandado de captura sobre o réu Benedito de Andrade foi requerido. Os escravizados João e Domingos foram presos na cadeia de Lages, onde prestaram depoimentos e afirmaram sua inocência.

            Ao final do processo, o juiz afirmou que não houve nenhuma prova direta de culpabilidade contra os réus, e revogou a procedência dos testemunhos, por serem incoerentes. Foi também questionado se os suplicados deixariam tantos vestígios, já que estavam acostumados a carnear animais. Com isso, os réus foram postos em liberdade, e os autos foram devolvidos à subdelegacia.

            Em correição, foi solicitado pelo juiz corregedor que o processo fosse apresentado à Coletoria municipal de Lages para o pagamento do selo.

            Localidades relevantes:
            cadeia da vila de Lages;
            distrito de Campos Novos;
            distrito de Curitibanos;
            segunda comarca;
            vila de Lages (atual município de Lages, Santa Catarina).

            Compõem o processo:
            auto de qualificação;
            correição;
            mandado de prisão;
            sentença;
            termos de juramento;
            testemunhos.

            Atuaram no processo:
            coletor Antonio Saturnino de Souza e Oliveira;
            curador Francisco Pinto de Castilho e Mello;
            escrivão Claudio Pirez da Silva Roza;
            escrivão Generoso Pereira dos Anjos Junior;
            escrivão Pedro Henrique Damm;
            juiz municipal primeiro suplente Guilherme Ricken;
            oficial de justiça Manoel Francisco de Almeida;
            signatário Izidoro Jose Nardes;
            signatário João Dias de Carvalho Guimarães;
            signatário Manoel Francisco de Almeida;
            signatário Vidal Gomes de Campos;
            subdelegado primeiro suplente Domiçiano de Azevedo Camello Mascarenhos.

            Variações de nome:
            Balba Leites Suares;
            Barba Leites Suares.

            Queixa crime de Manoel de Andrade Pereira
            BR SC TJSC TRRJ-38590 · Processo · 1850
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Queixa crime realizada na via de Lages, na época sob a segunda comarca da província de Santa Catarina.

            Partes do processo:
            Manoel Jose de Andrade Pereira (autor);
            Jose Joaquim de Magalhains Menezes (réu).

            Resumo:
            O autor Manoel Jose de Andrade Pereira moveu este processo para tratar de um arrombamento feito em sua invernada, acusando o réu Jose Joaquim de Magalhains Menezes da autoria do crime. Por conta do ocorrido, alguns animais de posse do autor fugiram do local, causando-lhe prejuízos.

            Peritos foram chamados para um corpo de delito, em que se verificou o fato ocorrido. É descrito que a invernada foi arrombada "de tranqueira em tranqueira", sendo quebradas partes das cercas e, portanto, abertos alguns caminhos para a fuga dos animais.

            O processo contou com testemunhas que, em sua maioria, souberam do ocorrido por ouvir da parte autora. Durante o interrogatório com o réu, ele afirmou ter intrigas antigas com o autor do processo, pois foi acusado pelo queixoso de ser ladrão e de ter cometido um roubo em Porto Alegre. Além disso, o réu afirmou que o autor e ele tinham uma relação de inimigos. O réu alegou, ainda, que tinha provas para declarar sua inocência, e que as citadas cercas nem mesmo estavam nos terrenos pertencentes ao autor.

            O queixoso não apresentou provas de ter propriedade da invernada e nem suas testemunhas, sendo então condenado a pagar as custas do processo. Após isso, vários juízes se averbam como suspeitos por serem amigos íntimos de ambas as partes da ação. O processo termina, assim, de modo inconclusivo.

            Atuaram no processo:
            escrivão Constancio Xavier de Souza;
            escrivão João da Silva Ribeiro;
            escrivão Miguel Gonçalves Franco;
            juiz municipal Guilherme Ricken;
            juiz segundo suplente Lourenço Dias Baptista;
            juiz terceiro suplente Claudianno de Oliveira Roza;
            oficial de justiça Domingos Leite;
            perito Felisberto de Chaves;
            perito Francisco da Rosa;
            procurador Antônio Jose Pereira Tinoco Junior;
            signatário Antonio Rodrigues Lima;
            subdelegado de polícia alferes Antonio Fillipe Pessoa.

            Localidades relevantes:
            Arroio;
            Cajurú;
            Capão Grande;
            Paço do Garcia;
            fazenda do São João do Bom Jardim;
            vila de Lages (atual cidade de Lages).

            Compõem o processo:
            auto de corpo de delito direto;
            auto de qualificação;
            correição;
            interrogatório;
            procuração;
            sentença;
            termo de juramento;
            testemunhos.

            Variação de nome:
            Jose Joaquim de Magalhães Menezes.

            Queixa crime de Joze Antonio dos Santos
            BR SC TJSC TRRJ-18111 · Processo · 1851 - 1853
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Autos de sumário crime por queixa realizado na vila de São Miguel, na época sob a primeira comarca da província de Santa Catarina.

            Partes do processo:
            Joze Antonio dos Santos (queixoso);
            Francisco Jose Vieira (queixado).

            Resumo:
            Joze Antonio dos Santos abre uma queixa em nome de seu filho, Silverio Antonio dos Santos, contra Francisco José Vieira, pelo crime de ferimento. O delito ocorreu após uma discussão entre o agredido e o indiciado, quando o primeiro estava com conhecidos em uma venda. Em auto de corpo de delito, é revelado que as feridas foram causadas por arma de corte.

            O processo contou com testemunhas e informantes. Durante os depoimentos, é afirmado que as partes já nutriam inimizades anteriores ao crime, e que a briga foi iniciada quando a vítima esbarrou no pé do agressor, em que o segundo reagiu de modo ríspido ao ato. Após o momento em que ambos saem do estabelecimento, o agredido retorna ao local e grita que estava ferido; porém, a arma de corte não foi vista por nenhum dos depoentes.

            O delegado responsável requereu que o queixado fosse sentenciado à prisão e livramento, com mandado de captura, e o juiz sustentou a decisão pronunciando o suplicado. Ao decorrer do processo, o suplicante desiste da queixa e afirma que o caso se tratava apenas de “meras rezingas de rapazes”, assinando então o termo de desistência e dando baixa na culpa do suplicado.

            Atuaram no processo:
            delegado Domingos de Souza Pereira;
            escrivão Alexandre Gonçalves da Luz;
            escrivão Antonio Francisco de Medeiros;
            escrivão João Antonio Lopes Gondim;
            juiz de direito Sergio Lopes Falcão;
            juiz de paz Joaquim Joze Dias de Siqueira;
            juiz municipal terceiro suplente Luiz Coelho Machado;
            perito Antonio Carllos de Carvalho;
            perito Diogo Trindade Madeira;
            promotor público Joze Antonio da Costa Frade;
            signatário Francisco Gonçalves da Luz;
            signatário Jacintho José Paxeco dos Santos;
            signatário João Joze Roza;
            signatário Juiz Antonio Gomes;
            signatário Manoel Lopes da Silveira;
            signatário Paulino Joze de Mello;
            signatário Xavier de Souza Junior.

            Localidades relevantes:
            cidade de Desterro (atual município de Florianópolis, Santa Catarina);
            primeira comarca;
            Tijucas;
            vila de São Miguel (atual município de Biguaçu, Santa Catarina).

            Compõem o processo:
            auto de corpo de delito;
            contas;
            correição;
            mandado de captura;
            sentença;
            termo de desistência;
            termo de informação;
            termos de juramento.

            Denúncia crime de José Pedro Monteiro
            BR SC TJSC TRRJ-29197 · Processo · 1843
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Autos de denúncia crime realizado na vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Lages, na época sob a comarca do norte da província de Santa Catarina.

            Partes do processo:
            José Pedro Monteiro (denunciante)
            Flozina Antunes (ré);
            Francisco Vieira (réu);
            Henrique Vieira (réu).

            Resumo:
            No presente processo, o autor José Pedro Monteiro relatou ter se ausentado de sua casa, indo a negócios para Campos Novos; mas, quando voltou, sua esposa Flozina Antunes não estava mais lá. Perguntando à vizinhança, soube que sua mulher, junto a Francisco Antunes e Henrique Vieira, fugiram para vila de Lages, tendo roubado apeiros de cavalo, um chapeado de prata e outros itens de sua residência.

            O juiz municipal negou a denúncia de José Pedro Monteiro, pelo fato de o código de processo proibir a denúncia entre marido e mulher; e o condenou a pagar as custas do processo, intimando-o para a sentença.

            Porém, com o processo visto em correição, o juiz corregedor critica a decisão do juiz municipal, afirmando que ele deveria dar seguimento ex officio à denúncia.

            Localidades relevantes:
            Campos Novos (atual município de Campos Novos, Santa Catarina);
            vila de Lages (atual município de Lages, Santa Catarina).

            Compõem o processo:
            correição;
            denúncia;
            sentença;
            testemunhas.

            Atuaram no processo:
            escrivão Generoso Pereira dos Anjos;
            escrivão Mathias Gomes da Silva;
            juiz corregedor João José Henriques;
            juiz municipal José Nicolau Pereira dos Santos;
            juiz municipal alferes João Thomas Silva;
            juiz municipal primeiro substituto José Joaquim da Cunha Passos;
            juiz municipal segundo suplente Laurentino José Gouda Costa;
            juiz municipal substituto alferes Antonio Fellipe Pessôa;
            promotor público Antônio Ricken de Amorim;
            signatário Manoel Antônio do Nascimento.

            Crime de morte de Gervazio Basílio
            BR SC TJSC TRRJ-20383 · Processo · 1851 - 1865
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Autos crime de morte ex officio realizados na vila de Lages, na época sob a segunda comarca da província de Santa Catarina.

            Partes do processo:
            A Justiça (autora);
            Gervazio Basílio (réu).

            Resumo:
            Este processo se inicia com o homicídio de Miguel Linhares, após ele ser encontrado por seu irmão e demais testemunhas em uma restinga. Eles apontaram Gervazio Basílio como culpado, porque uma das armas do crime seria de sua posse, e o réu se ausentou do distrito.

            O processo contou com testemunhas, que afirmaram ter achado Miguel ferido mortalmente por um tiro, algumas facadas e bordoadas. Além disso, é alegado que existia uma inimizade entre o finado e o réu, e que o denunciado havia passado pela mesma estrada no dia do crime. Os declarantes também avistaram alguns pertences do falecido na restinga, próximos ao corpo. Dentre as testemunhas, um dos depoentes não compareceu por motivos de saúde; mas, em sua carta de justificação de ausência, ele menciona que um homem escravizado, de sua propriedade, relatou ter encontrado um chapéu e um "rebenque" (pequeno chicote de couro) pertencente à vítima em um lajeado.

            O juiz acatou os depoimentos e requereu que o réu fosse colocado no rol dos culpados. Além disso, foi pedido mandado de captura às autoridades policiais e concluiu-se que o crime teve circunstâncias agravantes, sendo o réu pronunciado para tribunal do júri, quando preso. Ao fim do processo, é exposto que o denunciado estava foragido, e não foi encontrado pelos oficiais de justiça. O processo fica, portanto, sem um desfecho definitivo.

            Localidades relevantes:
            distrito da Ponte Alta;
            estrada geral;
            passo do Rio de Canoas;
            quarteirão dos Campos Novos;
            quarteirão dos Curitibanos;
            vila de Lages (atual município de Lages, Santa Catarina);
            segunda comarca.

            Compõem o processo:
            carta citatória;
            correição;
            libelo acusatório;
            queixa;
            sentença;
            sumário crime;
            testemunhos.

            Atuaram no processo:
            escrivão Constancio Xavier de Souza;
            escrivão José Luis Pereira;
            escrivão Miguel Gonçalves Franco;
            escrivão de órfãos Generoso Pereira dos Anjos;
            inspetor Egidio Alves da Silva Roza;
            juiz corregedor Joaquim José Henriques;
            juiz municipal e delegado Guilherme Ricken;
            juiz municipal e delegado Jose Nicolau Pereira dos Santos;
            juiz municipal segundo suplente e signatário Laurentino Jose da Costa;
            juiz municipal terceiro suplente tenente-coronel Manoel Rodrigues de Souza;
            oficial de justiça Caciano Joze Fernandes;
            promotor público e signatário Antonio Ricken do Amorim;
            signatário Manoel Francisco de Deus.

            Carta precatória de João Bernardes Pacheco
            BR SC TJSC TRRJ-10626710 · Processo · 1812-1860
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Traslado de uma carta precatória geral expedida na Vila Nova do Príncipe, na época sob a comarca de Paranaguá e Curitiba da província de São Paulo, e enviada para a vila de Lages.

            Partes do processo:
            João Bernardes Pacheco (querelante);
            Manuel Correa Bitancurt (querelado);
            Antonio Caetano de Matos (querelado);
            João Baptista da Silva Costa (querelado).

            Resumo:
            Este processo se inicia com um crime cometido contra a vítima, João Bernardes Pacheco. Ele abre uma queixa contra o capitão-mor Manuel Correa Bitancurt, o feitor Antonio Caetano de Matos, e o tenente João Baptista da Silva Costa. A partir da queixa, foi formada uma carta precatória a ser expedida ao juízo ordinário da vila de Lages.

            Nessa carta precatória, consta a denúncia de roubo de cruzados seguido de tentativa de homicídio. Os querelados encontravam-se com pistolas, espadas e trabucos no momento do crime. De acordo com a vítima, os réus o conduziram para um lugar deserto que se encontrava perto de sua invernada, onde cometeram o crime.

            Ao decorrer do processo, é citada uma movimentação de tropas vindas do Continente do Sul (província do Rio Grande do Sul) para a vila de Lages, comandada pelo capitão mor, em que estavam presentes os suplicados e o suplicante. Nela, ocorreu um roubo, e o querelante ressarciu parte do valor perdido com uma grande quantidade de animais.

            O processo contou com testemunhas; uma delas afirmou ter flagrado os réus no momento do crime, e também disse que eles tentaram se esconder. Além disso, os depoimentos confirmam a transferência dos papéis da compra de Francisco para os querelados.

            Em seu depoimento, o suplicante afirmou que os réus pegaram três papéis: um referente à compra de Francisco, um homem escravizado designado como mulato; um que comprovava que o querelante não havia recebido seu salário, o qual devia ser pago pela sua participação na tropa do capitão mor; e outro sobre os animais dados para a tropa, com a finalidade de ressarcir o valor perdido.

            O juiz então decretou que os querelados fossem lançados no rol dos culpados, sentenciando-os à prisão. Após isso, é argumentado que os réus estavam sujeitos a merecer pena de morte e de sequestro de bens. Um mandado de busca e prisão foi emitido para procura dos culpados e a apreensão dos bens que eram originalmente do suplicante. O juiz adota o sequestro de bens e a inclusão destes em depósito judicial, mas manteve a prisão ao invés de aplicar uma pena capital.

            Atuaram no processo:
            escrivão e tabelião Jose Ferreira da Silva e Mandinga;
            juiz ordinário João Vieira Gonçalves.

            Localidades relevantes:
            centro do Capão;
            passagem de Boqueirão;
            Cerrito;
            vila de Lages (atual município de Lages, Santa Catarina);
            Vila Nova do Príncipe (atual município de Lapa, Paraná);
            comarca de Paranaguá e Curitiba.

            Compõem o processo:
            auto de devassa e querela;
            contas;
            contestação;
            correição;
            cumpra-se;
            mandado de prisão;
            sentença;
            termo de juramento;
            testemunhas.

            Variação de nome:
            Serrito;
            passagem do Buqueirão.