Santa Catarina

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            Inventário de Victoria Maria de Jesus
            BR SC TJSC TRRJ-13352 · Processo · 1848-1857
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Inventário realizado na vila de São José, na época sob a comarca do sul da província de Santa Catarina.

            Partes do processo:
            Victoria Maria de Jesus (falecida, inventariada);
            Francisco Lourenço de Medeiros (inventariante e herdeiro).

            Herdeiros:
            Francisco Antonio da Cunha;
            Joaquina Rosa de Medeiros;
            Joaquim Marques;
            José Antonio de Medeiros;
            Lauriana Rosa de Jesus;
            Felizarda;
            Maria;
            Silvana;
            Eleutherio Jose de Andrade e Passos (co-herdeiro);
            Florencio Gomes de Castro Campos (co-herdeiro);
            Francisco Pereira d’Avila (co-herdeiro);
            Joaquim de Quadros (co-herdeiro);
            João de Souza Freitas (co-herdeiro);
            José Lopes do Nascimento (co-herdeiro);
            Mathias Silveira de Matos (co-herdeiro);
            Theodoro de Quadros (co-herdeiro);
            Lourenço Duarte de Medeiros (ausente);
            Angelica Maria (falecida);
            Marcio Antonio de Medeiros (falecido).

            Herdeiros (netos da inventariada):
            Manoel (filha de Lourenço Duarte de Medeiros);
            Clara (filha de Lourenço Duarte de Medeiros);
            Delfina (filha de Lourenço Duarte de Medeiros);
            Domingos (menor de idade, filho de Lourenço Duarte de Medeiros);
            Elizia (menor de idade, filha de Lourenço Duarte de Medeiros);
            Maria (filha de Lourenço Duarte de Medeiros);
            Jezuina (filha de Lourenço Duarte de Medeiros);
            Laurindo Antonio de Medeiros (filho de Lourenço Duarte de Medeiros);
            Bernardina (filha de Angelica Maria);
            Francisco Antonio da Cunha (filho de Angelica Maria);
            Luisa (filha de Angelica Maria);
            Bernardina (filha de Marcio Antonio de Medeiros);
            Luisa (filha de Marcio Antonio de Medeiros);
            Luiz (menor de idade, filho de Lourenço Duarte de Medeiros);
            Maria (filha de Marcio Antonio de Medeiros).

            Resumo:
            Neste inventário, foram inventariados os bens da falecida Victoria Maria de Jesus por seu filho, o inventariante Francisco Lourenço de Medeiros. Victoria faleceu sem deixar testamento, e seus bens estavam dispersos.

            Entre os herdeiros, foram incluídos os netos dos herdeiros de nomes Angelica Maria, Marcio Antonio de Medeiros, Lourenço Duarte de Medeiros, que eram já falecidos quando da autuação deste inventário.

            A primeira descrição de bens do inventário (páginas 11 a 19 da digitalização) é constituída de talheres de prata; um forno, ferramentas e utensílios domésticos de cobre; mobília, dentre as quais foram também incluídos um oratório com imagens religiosas, um tear e um carro; uma plantação, descrita como uma “roça” de mandioca; dois animais (um boi de serviço e um porco); e, por fim, dívidas ativas e passivas. Há também 9 escravizados, homens e mulheres, listados entre os bens: Antonio, Januario, João, José, Inocencio (que possui um ferimento na virilha e na região genital), Laurindo, Paulina, Vicencia, e Thereza. Em segunda avaliação de bens, todos os escravizados são descritos como “crioulos” (páginas 73 a 75). Por fim, são listadas uma casa, uma propriedade de terras e um engenho de farinha, todos situados nas localidades de Cubatão e nas proximidades do rio Cubatão.

            Depois desta primeira avaliação, a herdeira Joaquina Rosa de Medeiros, irmã do inventariante, afirmou que o inventariante esqueceu de incluir uma propriedade de terras para a descrição e avaliação dos bens, e requereu (páginas 23 a 24) que este bem fosse incluído no inventário. A propriedade fazia frentes na rua da Esperança, situada na vila de São José, e foi logo descrita e avaliada.

            Em seguida, o curador de órfãos Manoel de Freitas Sampaio pediu vista da avaliação de bens (páginas 30 a 32 da digitalização), dizendo que o avaliador João Marcos Pereira de Andrade era compadre e amigo próximo do inventariante; logo, a sua avaliação teria sido tendenciosa, e tal avaliador deveria ser considerado suspeito por parcialidade. Como exemplo, ele acusou o avaliador de ter diminuído indevidamente o valor de um boi de serviço, cotando-o em apenas 24.000 réis (24$000), sendo que ele deveria valer talvez o dobro daquele preço. O curador também afirmou que os escravizados tiveram seus valores subestimados na avaliação (exceto por Antonio e Inocencio).

            Após isso, o inventariante Francisco Lourenço de Medeiros apresentou um requerimento (páginas 38 a 40) onde contrapôs estas demandas de sua irmã e do curador de órfãos. Respondendo à irmã, Francisco afirmou que ela sequer poderia requisitar a inclusão de seu bem no inventário, pois já estava em posse dele há dez anos. O inventariante foi além, dizendo que a herdeira nem mesmo poderia constar dentro do rol de herdeiros, pois previamente já possuía participação nos bens inventariados, comprovado mediante uma escritura de quitação e pagamento (“escritura de quita e paga”). Alegou, ainda, que a sua adesão ao título de herdeiros poderia configurar fraude e prejuízo aos outros irmãos herdeiros.

            Na sequência, Joaquina respondeu ao seu irmão inventariante (páginas 51 a 53), onde afirmou que não desistiria de seu direito à posição de herdeira. Ela alegou que a escritura era inválida e de efeitos nulos; isso porque as terras possuíam, na escritura, 23 braças de frente — mas, atualmente, Joaquina desfrutava apenas de 21,5 braças, pois uma estrada foi aberta pelo então fiscal da comarca da vila de São José, alterando as dimensões da propriedade.

            Outros herdeiros foram convocados (páginas 53 a 66) para se manifestar sobre a situação, e dividiram-se entre os que apoiaram e os que se opuseram ao direito de Joaquina participar do inventário. Depois disso, o curador de órfãos se manifestou, dizendo que a autuação do inventário não era o lugar adequado para resolver esta disputa, que deveria ser encaminhada à via ordinária. Desse modo, ele decidiu por manter a herdeira no rol dos herdeiros e deu seguimento ao inventário. Foram então nomeados novos avaliadores pelo curador de órfãos, para dar seguimento à nova avaliação (páginas 67 a 77). A avaliação descreveu os mesmos bens anteriormente listados, atribuindo-lhes novos valores.

            Após a segunda avaliação, o inventariante atesta que o herdeiro Lourenço Duarte de Medeiros estava ausente há muitos anos, em lugar incógnito. Assim, requereu a nomeação de um curador para representá-lo; o juiz decidiu nomear o curador de órfãos Manoel de Freitas Sampaio para ser incumbido dessa função.

            As despesas do tratamento da inventariada, enferma durante seu leito de morte e cuidada pelo seu genro Mathias Silveira de Matos, foram incluídas no inventário. O curador, aprovando a segunda avaliação, anulou sua impugnação do processo (páginas 91 a 92).

            Os bens procederam, então, ao auto de partilha (páginas 101 a 161), onde foram distribuídos os quinhões dos herdeiros. Sem oposição de parte alguma, o juiz passou a sentença (páginas 165 a 166), em que aprovou a partilha e cobrou do inventariante o pagamento das custas do processo. O juiz também reservou aos herdeiros o direito de questionar a partilha em caso de discrepâncias.

            O processo contém um juramento de tutela (página 170), em que o inventariante Francisco Lourenço de Medeiros jurou bem e fielmente exercer o cargo. A tutela tem o intuito de prover para os herdeiros menores de idade.

            Em seguida, Luiza Antonia dos Santos, viúva de Antonio Lourenço Duarte de Medeiros, veio a juizo para tratar da tutela de seus filhos menores Elizia e Luiz. Por ser muito pobre, ela peticionou para prestar contas de suas despesas com a subsistência de seus filhos e de um escravo que possuía (páginas 173 a 178).

            Ao final, com o inventário visto em correições (páginas 180 e 189), nas quais o juiz corregedor apontou algumas irregularidades referentes à colação dos bens durante as partilhas, mas sem prejuízo aos efeitos do processo.

            Atuaram no processo:
            avaliador Antero Silveira de Souza;
            avaliador Antonio José Martins;
            avaliador Florentino José d’Espindola;
            avaliador João Marcos Pereira de Andrade;
            avaliador José Antonio de Pinho;
            avaliador José da Silva Ramos;
            avaliador José Pereira de Medeiros;
            avaliador e signatário Constancio José da Silva Pessoa;
            curador de órfãos Manoel de Freitas Sampaio;
            escrivão de órfãos Francisco Xavier d’Oliveira Camara;
            juiz Patricio Marques Linhares;
            juiz corregedor João José de Andrade Bento;
            juiz municipal de órfãos suplente João Francisco de Souza;
            juiz de órfãos suplente Domingos José da Costa Sobrinho;
            juiz de órfãos Francisco Honorato Cidade;
            partidor Duarte Vieira da Cunha;
            partidor Joaquim Lourenço de Souza Medeiros;
            tabelião público do judicial e de notas João Antonio Lopes Gondim;
            vigário Joaquim Gomes de Oliveira Paiva.

            Localidades relevantes:
            rua da Esperança (situada na vila de São José);
            Cubatão (atual bairro da Guarda do Cubatão, Palhoça, Santa Catarina);
            Forquilhas (atual bairro em São José, Santa Catarina);
            Sertão do Maruim (atual localidade no município de São José, Santa Catarina);
            Várzea do Braço de São João;
            freguesia nova do Triunfo (atual município de Triunfo, Rio Grande do Sul);
            freguesia de São José (atual município de São José, Rio Grande do Sul);
            vila de São José (atual município de São José, Rio Grande do Sul);
            cidade de Laguna (atual município de Laguna, Santa Catarina);
            província de São Pedro do Sul (atual estado do Rio Grande do Sul);
            continente do Rio Grande do Sul (atual estado do Rio Grande do Sul);
            comarca do sul.

            Compõem o processo:
            auto de contas tomadas;
            auto de partilha;
            certidão de batismo;
            conta;
            correições;
            descrição e avaliação dos bens;
            petições;
            recibos;
            requerimentos;
            segunda avaliação dos bens;
            sentença;
            termo de desistência;
            termo de juramento de curador de órfãos;
            termo de juramento de partidores;
            termo de juramento de tutor;
            termo de obrigação;
            termos de avaliação;
            termos de declaração;
            termos de juramento de avaliadores;
            título de herdeiros;
            traslado de escritura pública de quitação e pagamento de herança.

            Variações de nome:
            Francisco Antonio de Medeiros (inventariante);
            Vitoria Maria de Jesus (falecida);
            avaliador João Marcos Pereira d’Andrade;
            Cubatam;
            Sertão de Maruhy;
            Varzia do Braço de Sam João;
            vila de Sam José;
            provincia de Sam Pedro do Sul."

            Inventário de Victoria Maria de Jesus
            BR SC TJSC TRRJ-76113 · Processo · 1848
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Inventário de Victoria Maria de Jesus de realizado na Vila de São José, na Comarca do Sul

            Partes do Processo:
            Francisco Lourenço de Medeiros (inventariante);
            Victoria Maria de Jesus (inventariado)

            Herdeiro:
            Francisco Lourenço de Medeiros;
            Joaquina Rosa de Medeiros;
            Antonio Lourenço Duarte de Medeiros;

            Resumo: O inventário de Victoria Maria de Jesus registra que ela deixou terras, bens e uma pessoa escravizada. As dívidas existentes foram pagas com os próprios bens do inventário. As terras descritas no processo fazem frente com a Rua da Esperança e também com a fonte pública da vila, estendendo-se até as vertentes do morro. Consta ainda uma escravizada de origem crioula, chamada Vicência. O processo está incompleto, sem capa e com páginas sem numeração.

            Atuaram no processo:
            avaliador João Marcos Pereira de Andrade;
            curador Manoel de Freitas Sampaio;
            juiz de órfãos suplente João Francisco de Souza;
            juiz de órfãos Domingos José da Costa Sobrinho;

            Localidades relevantes:
            Vila de São José;
            Comarca do Sul.

            Inventário de Victoria Rosa de Jesus
            BR SC TJSC TRRJ-20757 · Processo · 1864-1865
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Inventário realizado na cidade do Desterro, na época sob a comarca da capital da província de Santa Catarina.

            Partes do processo:
            Victoria Rosa de Jesus (falecida);
            Anacleto Ferreira Coelho (inventariante e herdeiro).

            Herdeiros:
            Antonio Martins Machado (co-herdeiro);
            Candida Ferreira Coelho;
            Domingas Ferreira Nunes (neta);
            Francisco Ferreira Coelho;
            João Ferreira Coelho;
            Joaquim Ferreira Nunes (neto);
            José Ferreira Nunes (neto);
            Manoel Ferreira Nunes (neto);
            Manoel Luis da Costa (co-herdeiro);
            Manoel Machado da Rocha (co-herdeiro);
            Maria Ferreira Coelho;
            Maria Nunes (neta);
            Victoria Nunes (neta).

            Resumo:
            Anacleto Ferreira Coelho abriu um inventário dos bens de sua falecida mãe, Victoria Rosa de Jesus. A finada havia deixado netos menores de idade, e a ação passou pelo juízo de órfãos; além disso, o processo contou com a nomeação de um curador de órfãos e um tutor, João Francisco Nunes.

            Os bens avaliados foram casas, engenhos de farinha, engenho de cana-de-açúcar, terras, fornos de cobre, utensílios de cozinha, um moinho, mobília e caixas pequenas. No decorrer da ação, foi citada uma pessoa escravizada de nome Joaquim, de nação Moçambique.

            Os bens foram partilhados em igualdade entre os herdeiros. O processo termina de modo inconclusivo e sem sentença, provavelmente com as últimas páginas faltando.

            Atuaram no processo:
            avaliador capitão Isidoro Pires Ferreira;
            avaliador Ricardo Antonio Lopes;
            curador geral dos órfãos Marcellino Antonio Dutra;
            escrivão de órfãos Vidal Pedro Marques;
            juiz de órfãos Joaquim Augusto do Livramento;
            partidor Domingos Dias de Sousa Medeiros;
            partidor Candido Gonçalves de Oliveira;
            tutor João Francisco Nunes.

            Localidades relevantes:
            cidade do Desterro (atual município de Florianópolis, Santa Catarina);
            comarca da capital;
            Pantano do Sul (atual bairro Pântano do Sul, Florianópolis).

            Compõem o processo:
            auto de avaliação;
            auto de partilha;
            termos de declaração;
            termos de juramento.

            Inventário de Zeferina Joaquina da Silva
            TJSC-AJ-DC-CIV-39600 · Processo · 1903-05-25
            Parte de III - Tribunal de Justiça de Santa Catarina

            Jacinto Eusébio de Sousa (genro e inventariante). Jacinto era esposo de Silvana Carolina de Sousa, filha de Zeferina.

            Terras.

            Juiz de Direito Sálvio de Sá Gonzaga.
            Escrivão Francisco Xavier de Oliveira Câmara Júnior.

            Santo Amaro do Cubatão, Cidade de São José.

            Tribunal de Justiça de Santa Catarina
            Inventário do capitão Januário Garcia Leal
            BR SC TJSC TRRJ-85249 · Processo · 1808
            Parte de I - Tribunal da Relação do Rio de Janeiro

            Partes:
            Januário Garcia Leal (falecido); Marianna Lourença de Oliveira (viúva e inventariante)

            Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Lages; comarca de Paranaguá; capitania de São Paulo; juiz ordinário o capitão Joaquim José Pereira; escrivão Francisco José de Santana Souza. A morte do capitão Januário Garcia Leal ocorreu, com violência, na localidade de Lavatudo (fl. 3), durante viagem entre a vila de Laguna e a vila de Lages (possivelmente pelo Caminho dos Conventos). De acordo com auto de corpo de delito (fl. 3), o capitão faleceu em decorrência de forte pancada desferida por um cavalo, na altura da orelha direita, ao tentar passar uma porteira.

            Nas canastras que trazia de Laguna havia ferramentas para trabalho rural (pregos, enxada), tecidos (de algodão, musseline, linho), peças de roupa (paletó de caxemira, colete) e instrumento para sapateiro. Entre os bens deixados pelo capitão constam mulas, cavalos, bestas, gado, couros (inclusive couro de tigre pintado), cargas de sal, equipamentos de montaria, feijão, tecidos variados, linhas, botões e diversas peças de vestuário.

            Destacam-se, nos autos, pessoas que lhe deviam quantias em espécie, por conta de animais (burros, mulas e cavalos), produtos (sal, pregos), e em diferentes localidades: Vacaria, Ilha de Santa Catarina e Laguna.

            O porteiro do auditório da Câmara de Lages foi Marcello Alves Pinto, responsável pelo pregão dos bens em praça pública e posterior arrematação. O ex-escravizado Antonio Preto, de nação Congo, apresentou nos autos sua carta de alforria. Nela se lê: "[...] o capitão, de sua livre vontade, deixa forro ao negro Antonio, isento de todo e qualquer cativeiro, por lhe ter servido e aturado as suas impertinências sempre com paciência, e em tudo ter servido como bom escravo, ficando daí para todo o sempre liberto e forro, e nem em tempo algum os seus herdeiros, avaliadores, poderão ir contra esta carta, pois é vontade do dito falecido que, por sua morte, ficasse forro o dito preto Antônio" (fl. 39). A carta de alforria, assinada em abril de 1803 (fl. 41), encontra-se em papel com marca d’água e foi autenticada pelo juiz ordinário tenente Balthazar Joaquim da Silveira. Antonio Carlos Cardoso atuou como procurador da viúva e inventariante.

            A documentação menciona ainda a vila de São Carlos (comarca da cidade de São Paulo), o Arraial de Jacuhy (onde residia a viúva), termo da vila da Campanha da Princesa, na capitania de Minas Gerais, além do continente da vila de Lages (fl. 87), vila de Mogi-Mirim (fl. 89) e a comarca do Rio das Mortes. Consta também declaração de Bernardo José de Lorena (quinto conde de Sarzedas, fidalgo e administrador colonial português), nas folhas 123 e 124.

            Identificado em parte da tradição oral e literária como o personagem “Sete Orelhas”, Januário Garcia Leal foi capitão de Ordenanças com atuação documentada em Minas Gerais e, mais tarde, estabeleceu-se como tropeiro entre Laguna e Lages. A associação entre sua figura histórica e o personagem lendário tem sido objeto de debate historiográfico, havendo interpretações que apontam para a construção literária do mito a partir do século XIX.

            Seu inventário revela um mundo de circulação ativa de bens e créditos, com devedores registrados desde Vacaria até a Ilha de Santa Catarina. Entre os documentos, destaca-se a carta de alforria de Antônio Preto, na qual se evidencia não apenas a prática de libertação em vida, mas também a valorização da lealdade e do serviço prestado.

            Tribunal da Relação do Rio de Janeiro